Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui.
Legião Urbana – “Meninos e Meninas”
Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui.
Legião Urbana – “Meninos e Meninas”
SONETO 35
Francesco Petrarca
Solo et pensoso i piú deserti campi
vo mesurando a passi tardi et lenti,
et gli occhi porto per fuggire intenti
ove vestigio human l’arena stampi.
Altro schermo non trovo che mi scampi
dal manifesto accorger de le genti,
perché negli atti d’alegrezza spenti
di fuor si legge com’io dentro avampi:
sì ch’io mi credo omai che monti et piagge
et fiumi et selve sappian di che tempre
sia la mia vita, ch’è celata altrui.
Ma pur sí aspre vie né sí selvagge
cercar non so ch’Amor non venga sempre
ragionando con meco, et io co’llui.
Talvez já tivesse ouvido a música antes, mas ela realmente me marcou na cena final do filme “Onze Homens e Um Segredo”, quando os personagens observam a belíssima dança das águas em frente a um cassino e nós, espectadores, somos presenteados com essa música tão perfeita, do compositor francês Claude Debussy, que traz algo de mágico à cena.
Não sabia seu nome nem sua autoria, mas depois de ouvi-la ontem no site Stereomood fiquei curiosa e procurei informações, além de vídeos com algumas versões. “Claire de Lune” é uma das quatro partes da “Suite Bergamasque”, e talvez a mais conhecida. Entre tantos vídeos que achei um, em especial, me encantou. Adoro o som de violino, e encontrei uma execução maravilhosa de um violinista russo chamado David Oistrakh.
Música, instrumento e execução perfeitos. Já não sei dizer quantas vezes ouvi… Precisava postar aqui.
Link: Listening to “R.E.M. – It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)”
E acho que hoje absolutamente nada me faria sentir de outra forma… “… it’s the end of the world as we know it and I feel fine…”
Na sexta-feira passada fui ao banco pagar uma conta em dinheiro. O valor era quebrado e terminava com seis centavos. Para facilitar o troco da atendente entreguei dez centavos e esperei pelo meu troco, e foi quando tive a surpresa: ela me perguntou se poderia arredondar o valor para cima. Já tinha visto isso no comércio, onde os lojistas lucram com os míseros centavos de cada cliente, mas nunca esperei que acontecesse num banco.
Sim, eu sou uma das clientes “chatas” que pede o centavo de troco. Acho um absurdo os lojistas colocarem valores nos produtos esperando ganhar uma esmola na compra de cada consumidor e me recuso a aceitar isso. Se no caso das lojas fico indignada, nessa situação do banco fiquei sem reação. Fiz a pergunta óbvia: “Você não tem moeda de um centavo?” e fiquei surpresa com a resposta: “Não. As moedas de um centavo pararam de ser fabricadas.”
Diante da resposta da bancária comecei a rir. Como podem ter parado de fabricar as moedas de um centavo sendo elas a unidade mínima da nossa moeda? Perguntei como ficam, então, os casos dos valores quebrados como na conta que eu estava pagando. Sua resposta, como se fosse a coisa mais natural do mundo, foi que nesse caso deve haver uma negociação entre as duas partes, sendo que em cada caso um dos lados deve ceder.
Já se passaram alguns dias e ainda não me conformei com o que ouvi. Como uma coisa tão exata quanto o valor de uma moeda pode ser transformada em algo relativo, negociado caso a caso? Pesquisei para descobrir se a informação que me foi dada pela atendente estava correta, mas até agora não encontrei nenhum dado confiável que confirme. Espero que tenha sido só um engano da funcionária.
SONETO DA LUA
Vinícius de Moraes
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
Link: Listening to “Ennio Morricone – Once Upon a Time in The West”
Porque só uma música tão linda, e sem palavras, poderia combinar tanto com o dia de hoje…
Acho que não conheço uma pessoa que nunca tenha reclamado do banco em que tem conta. Não importa qual seja o banco, sempre há motivo para descontentamento: taxas abusivas, cobranças indevidas, problemas com os caixas eletrônicos, a lista de possibilidades é imensa. Até algum tempo atrás eu me sentia privilegiada por ser dona de uma conta no Banco Real desde 1996 e nunca ter tido problemas. Nunca. Mas então ele foi comprado pelo Santander…
Já conhecia o Santander de uma experiência passada. Muitos anos atrás, devido a uma mudança de emprego, precisei abrir uma conta salário nesse banco. O emprego durou pouco, apenas três meses, mas foi o suficiente para saber que a melhor coisa a fazer seria fechar minha conta assim que possível. Foram três meses de cobranças indevidas por serviços não solicitados e repetidos pedidos de estorno. As dores de cabeça foram tantas que encerrei minha conta decidida a nunca abrir outra nesse banco.
Tudo ia bem até o dia em que fiquei sabendo que o Santander compraria o Banco Real. Levei um susto enorme, mas ainda fiquei com a esperança de que não fizessem a besteira de estragar algo que funcionava tão bem. E então comecei a notar as mudanças… A correspondência, que antes vinha em papel reciclado, passou a vir em papel comum. O sistema do Internet Banking piorou. O sistema dos caixas eletrônicos piorou, e comecei a encontrar vários equipamentos com problema. E a esperança foi diminuindo.
Hoje tive a infelicidade de constatar que até o sistema do Disk-Real, que funcionava muito bem desde o início, eles conseguiram estragar. “Disque o número de sua agência com X dígitos, o número de sua conta com Y dígitos, e sua senha do Disk-Real”. E então, quando chego ao último dígito da conta, o sistema identifica como sendo o primeiro dígito da senha. Tentei diversas vezes, conversei com um atendente que disse não haver problema com a minha conta ou com meu aparelho, tentei mais algumas vezes, até que, totalmente irritada e frustrada, desisti. De fazer a transação que ia fazer, do sistema do Disk-Real, e do Santander.
Adiei essa mudança o quanto pude porque sei que os outros bancos também têm problemas e minhas dores de cabeça não acabarão com essa mudança, mas somando a velocidade com que as coisas estão piorando à lembrança que tenho do stress passado anteriormente com o Santander, não me resta outra alternativa. Algum leitor por aqui está disposto a opinar sobre o banco em que tem conta e seu grau de satisfação com ele?